O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural brasileira.
O Manifesto foi publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia, meio de comunicação responsável pela difusão do movimento antropofágico brasileiro.
A linguagem do manifesto é majoritariamente metafórica, contendo
fragmentos poéticos bem-humorados e torna-se a fonte teórica principal
do movimento.
Oswald utiliza durante o desenvolvimento do manifesto, teorias de
diversos autores e pensadores mundiais, como Freud, Marx, Breton,
Francis Picabia, Rousseau, Montaigne e Hermann Keyserling. Combinadas as
idéias destes autores e a ideologia desenvolvida por Oswald, retomam-se
características dos primórdios da formação cultural brasileira: a
combinação das culturas primitivas (indígena e africana) e da cultura
latina, formada pela colonização européia. E forma-se o conceito errôneo
de caracterizar, perante a colonização, o selvagem como elemento
agressivo.
A intenção de promover o resgate da cultura primitiva é notável no
manifesto, e o autor o faz por meio de um processo não harmonioso de
tentar promover a assimilação mútua por ambas as culturas. Oswald, no
entanto, não se opõe drasticamente à civilização moderna e
industrializada, mas propõe um certo tipo de cautela ao absorver
aspectos culturais de outrem, para que a modernidade não se sobreponha
totalmente às culturas primitivas. E também, para que haja maior cuidado
ao absorver a cultura de outros lugares, para que não haja absorção do
desnecessário e a cultura brasileira vire um amontoado de fragmentos de
culturas exteriores.
No decorrer do manifesto o autor reconta, metaforicamente, a História
do Brasil, associando figuras como Padre Vieira, Anchieta, a Mãe dos
Gracos, a corte de D. João VI, a Moral da Cegonha à potência mítica de
Jabuti, Guaraci, Jaci e da Cobra Grande. Oswald caracteriza como “idade
de ouro” a época do Brasil não colonizado, com sua própria língua e
cultura.
O Manifesto Antropofágico foi um marco no Modernismo brasileiro, pois
não somente mudou a forma do brasileiro de encarar o fluxo de elementos
culturais do mundo, mas também colocou em evidência a produção própria,
a característica brasileira na arte, ascendendo uma identidade
tupiniquim no cenário artístico mundial.
Fonte de Pesquisa: http://www.infoescola.com/literatura/manifesto-antropofagico/
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